domingo, 24 de janeiro de 2010

Cavalo Ferro - Ednardo, Teti, Rodger Rogério

Ednardo surgiu na minha vida no início de minha adolescência. Isso tocava nas rádios, o dia inteiro. Somos gratos por isso. Vida longa Ednardo. Espero que curtem, como eu!


Lá vai mais um:

"Crescei e multiplicai-vos


O dia vai surgindo no horizonte,

A vida vai gerando vida

Dentro do Ser Humano

Um universo abdominal pulsante,

protege com carinho, amor e ternura

Um coração que bate forte e acelerado.


O mundo prepara seus caminhos,

E, neles, as armadilhas.

A natureza espalha sementes,

(De Bons e Maus frutos)


Deus projeta um pedaço de si,

Para sofrer, sorrir e sonhar entre os homens."



Este poema é do meu primo, Fernando Dempsei, e foi publicado em 1992, em seu livro de produção independente A expressão corporal da luz - Poesias surrealistas. Na época ele trabalhava na Telemig, e teve até matéria publicada no jornal Estado de Minas. Acho que foi apenas esta tentativa. O Fernando morreu em 2007. Deixou filhos, parentes e amigos muito chocados, pois era um homem novo e todos achávamos que ficaríamos velhinhos, lembrando de nossas infâncias e observando as coisas rolarem. Não deu. Mas seu livrinho ficou e tem poesias muito bonitas. Foi sua leitura de mundo. Era uma pessoa positiva, dócil e alegre. De vez em quando foi postar outros de sua autoria.


Mudando de pau pra cavaco, 2010 começou debaixo de água: dentro e fora de nós. O que a chuva tem de bom e de vida teve também de trágico. As enchentes e desabamentos nos demonstram o quantos somos limitados, ignorantes e teimosos. As supostas perversidades climáticas na verdade são reflexos de nossas ações destrutivas: construimos em regiões impróprias para tal. Muitas vezes o que salta aos olhos é a impiedade e frieza dos especuladores que vendem terrenos inviáveis para construções. Outras vezes é nosso relaxamento e falta de educação que saem dos bueiros entupidos, e surgem depois de uma boa chuva. E outras ainda são os desabamentos de encostas devido aos desmatamentos de diversos motivos. Se isso termina um dia? Creio que sim. Creio piamente na mudança e na nossa capacidade de superação. Senão, ainda estaríamos vivendo nas cavernas.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Um pouco de poesia, ou de tentativas dela:

"Uma ideia
brinca
no ar

Débil
pura
emoção.

Salta
mergulha

Trazê-la
racionalmente
significa
trabalho.
Pra não perder
sua...
frágil...
ideia...
Pronto.
Voou."

Escrevi isso nos anos 80. Período em que estava a descobrir a mim mesma e ao mundo. Escrever poesias não é fácil. Mesmo agora, relendo algumas das tentativas, tenho vontade de reescrevê-las, porém,sem modificar sua essência, (esta daí foi escrita na horizontal, mas parece que o computador não entende disso e modifica tudo).
Daí minha imensa admiração pelos poetas e escritores. É árduo o ofício.
Tenho os meus poetas preferidos: Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles. Agora descobri o Cassiano Ricardo e estou lendo o seu livro Martim Cererê. É adorável. Deveria tê-la lido no 7º ano, antiga 6ª série. Entender a mistura de que somos feitos,os brasileiros, a partir de Martim Cererê, teria sido muito mais interessante e envolvente.

sábado, 2 de janeiro de 2010

2010...

2010, ou vinte e dez, segundo os novaiorquinos, será um ano de muitas realizações positivas no campo econômico. Isso nas análises dos economistas. Afirmam que, por ser um ano após a última crise, a economia retoma o fôlego, e então entra em novo ciclo de investimento. Resta saber se haverá, na mesma proporção, uma melhor distribuição de renda no mundo. É querer demais?

Outro aspecto importante a ser discutido e buscado soluções é nossa relação com o meio ambiente. Quem se dispõe a andar a pé? Qual empresa transnacional colocará à disposição dos simples mortais tecnologias de ponta no âmbito dos transportes e energias limpas?

O ser humano vive aqui há muito pouco tempo e definitivamente a terra não precisa de nós. Acredito que poderemos ter mais um salto de qualidade em nossas consciências, entendendo melhor essa relação. Daí me lembrar daquela famosa carta do chefe indígena ao presidente estadunidense em 1854: "...Isto sabemos: a terra não pertence ao homem: o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma lição em tudo.O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo."