domingo, 28 de março de 2010

Mais um domingo maravilhoso! O dia correu claro e límpido. A noite no mesmo nível: lua clara e límpida. O ar, por mais infestado de minério que possa estar, é muito melhor que o da cidade grande, seja ela qual for. Por tudo isso, já me sinto satisfeita. Eh Itabira... A cada esquina, uma ins-piração!
Pela manhã, quando estava concentrada num livro (adoro ler aos domingos de manhã), toca a campainha e uma simpática senhora, acompanhada de uma jovem, pede permissão prá me fazer um convite. Tão educada, que eu aceitei. Eram Testetmunhas de Jeová, convidando pra participar de uma palestra e etc e tal. Foram tão gentis, educadas e sorridentes que não tive como informá-las de minha descrença neste tipo de coisa. Também, não iria adiantar muito. Cada qual com sua fé e crença. Lembrei-me que também já fui assim, um dia. Quando da fundação do Partido dos Trabalhadores, no início dos anos oitenta, fui militante de carteirinha, e participei da campanha de filiação para ajudar na fundação do Partido. Perdi a conta das casas que visitei e das pessoas que filiei. Algumas continuaram, outras, só mesmo por gentileza se deixaram filiar, mas nunca foram militantes. Agradeço a elas a paciência que tiveram comigo e com todos os militantes daquela época. Ainda acredito na proposta do PT, por mais estranho que possa parecer. Aprendi muito quando caminhei lado a lado com todos os fundadores do Partido. Foi uma grande escola. Digo foi porque a fila anda, não é? Muita água passou por baixo da ponte e, como tudo na vida, as coisas mudam. Mas continuo com aquele mesmo ímpeto pras mudanças e propostas novas. Estou na educação, e adoro o que faço. A cada dia, um caminhar diferente, uma nova aprendizagem. Seja com meus alunos, seja com meus colegas, seja com o sistema de ensino e propostas de governos. O que fica a cada dia mais nítido é a falta de compromisso dos governos com a causa. Existem os bem intencionados, os compromissados. Mas, a realidade salarial é nefasta! Aviltante!

domingo, 21 de março de 2010


Esta semana recebi um livro, enviado pelo correio, da Editora Três. Quando abri, não fiquei muito animada, pois se tratava de um livro do padre Fábio de Melo e do educador Gabriel Chalita. Confesso: às vezes sou muito ateia, ou melhor, pagã. Tenho certa resistência às ideologias e práticas da igreja católica. Afinal, sou professora de história, faz parte de minha profissão (que exerço por prazer),estudar e pesquisar para manter-me atualizada. E até hoje, o que sei sobre a igreja e seus dogmas não me deixam cá muito animada sobre o que quer que venha dela ou de seus seguidores... Ao longo de sua história percebe-se muito preconceito, defesa intransigente do status quo, do poder, em detrimento de outras culturas e explicações sobre o que se considera divino. E olha que minha família, em sua maioria é católica, fui educada num colégio católico, o hoje adorável Colégio Nossa Senhora das Dores. Mas, todas as religiões acabam por impor regras e sou meio anarquista.
Entretanto, como o livro esta aqui, resolvi passar os olhos. Chama-se Cartas entre amigos, sobre medos contemporâneos.  Tem a foto dois autores, liiindos, com uma expressão bonita no rosto. Abri o livro e comecei a ler a primeira carta, que é do Chalita. Encantei-me! Nunca tinha lido nada dele. Nesse texto, ele versa sobre a perda de entes queridos de uma forma tocante. Tem umas frases que parecem pérolas: “[...] A felicidade só deixa de ser utopia quando nos completamos com a inteligência e o afeto do outro. Não entendo a tristeza como ausência de felicidade. [...] A tristeza nos empresta respeito ao outro e percepção mais aguçada da dor.
Assim como esse livro, outros escritos por religiosos trazem propostas que nos humanizam, por que nos mostram limites para a soberba. No entanto, apenas lê-los não garante nossa humildade. Muito mais que isso, nossa ação neste sentido é o que importa. Esse é o pulo do gato. Muitas pessoas leem e releem textos considerados sagrados e continuam mesquinhas no dia a dia. 
Vou continuar lendo o livro dos dois e sei que terei gratas surpresas. Recomendo...