quarta-feira, 28 de abril de 2010

Terminamos a greve na PMI ontem, a tarde. Já previa que isto iria acontecer diante da intransigência dos dirigentes atuais de nosso município e diante da fragilidade do nosso movimento. Alguns dirão que foi um erro crasso de avaliação por parte da direção do sindicato ao não perceber sua falta de organização na base da categoria. Concordo, em parte.
Mas, qual é o limite entre omissão e covardia? Todos concordam que o aumento oferecido está muito aquém do esperado numa Prefeitura que possui uma das maiores arrecadações do Estado. Todos concordam que a riqueza produzida por nossos trabalhadores é muito grande. Todos concordam que essa riqueza é, assim como no resto do país, extremamente mal distribuída. Servidores municipais são, em sua maioria, a base da pirâmide social em Itabira. A média salarial gira em torno dos mil reais. Se muito. Tem servidores que, após quinze, dezesseis anos, continuam recebendo pouco mais que um salário mínimo, pois não há uma preocupação em fazer valer a tabela da categoria.
Mas o que é um verdadeiro acinte é perceber que algumas pessoas ligadas, de alguma forma,  ao poder municipal,  enriqueceram espantosamente num período muito pequeno para tanto acúmulo de riqueza. Não há como provar se tal enriquecimento é ilícito. Mas é inexplicável, aos olhos da maioria. Não justifica apenas a afirmação que todos trabalham para isso. Há riquezas que não são, definitivamente, fruto do suor sagrado do trabalho. Enfim ...
O que ficou estampado para todos verem foi a intransigência da direção da PMI e da demonstração de força com o objetivo de desacreditar o movimento. Como diz a música: Hoje você é que manda, falou, tá falado, não tem discussão... Apesar de você, amanhã há de ser outro dia...
Então, refaço a pergunta: qual o limite entre omissão e covardia? Entre omissão e concordância com tal estado de coisas?
Estou de alma lavada. Contribuí para que caísse a máscara de bom moço, de cristão piedoso, de devoto de todos os santos e credos. A face do lobo se mostrou claramente aos olhos dos diversos e valorosos servidores que disseram NÃO ao desmando e à intransigência . Quem é justo não persegue, não utiliza do poder para para se dar bem em detrimento da maioria. Quem é justo busca a conciliação e a negociação transparente entre os diversos atores sociais. O bom dirigente trabalha para agregar saberes em benefício da maioria. Afinal, quanto maior o número de pessoas satisfeitas numa organização, mais forte esta se torna. 
A luta continua...
Termino esta fala com um poema do meu saudoso primo Fernando Dempsei:

Gratidão

Vamos falar um pouco sobre
As cobras, os lagartos e os escorpiões,
Sobre os venenos lançados ao léu,

Da inquietação dos que não conseguem dormir
Sem a cota diária de maldade.

A eles, um brinde...

Pela força que conduz
Os Bons  ao Paraíso.












sábado, 17 de abril de 2010


Estamos em greve. Pensei que quando chegasse a essa altura do campeonato, esta situação não  seria colocada nas ruas novamente.
Qual o quê? Tivemos que voltar. É incrível como os governos insistem em querer manter a falta de memória em suas ações... E quanta insensibilidade por parte do secretariado. Depois de três anos sem reajustes salariais, ofereceram pífios 5% e fecharam as negociações, desafiando a diretoria do nosso sindicato. Pronto. Eles pensam estar acima do bem e do mal. Não se tocam que daqui a um tempo retornarão às suas vidinhas comuns, e aí o que vale é a simplicidade e a lealdade aos princípios da vida = fazer o bem a todos ao seu redor e utilizar o poder com justiça e equidade.
O que fica claro para todos é que quando um político fala em melhorar a qualidade de vida de todos, na verdade estão se referindo a todos de sua família e agregados. São coronéis, patéticos.
As pessoas de bem precisam se manifestar pois, quem cala, consente.