Seu coração parecia que explodiria a cada vez vez que se encontravam...Há quanto tempo não se sentia assim? Era como se ela tivesse 17 anos, de novo... O que era tudo aquilo? Não fazia a menor ideia, e na verdade era impossível raciocinar quando ela o via..Percebia que o mesmo acontecia com ele, por Deus! - Como "por Deus"? - Ela acreditava que não acreditava em nada. Era muito mais fácil não seguir nenhuma religião, nenhum dogma. Se considerava uma pagã, mas mesmo como pagã tinha enormes dúvidas sobre essa entidade, ser, arquétipo ou o que quer que se denominasse Deus...Apenas pressentia que não tinha nenhum controle sobre sua vida..Por mais que planejasse, as coisas nunca saiam do jeito que queria...A teia da vida lhe escapara sempre, e não se lembra quando começou a perceber que adorava aquilo, aquele eterno imprevisível. Então viver era sempre uma enorme aventura. Dizia para si mesma, quando as coisas mudavam totalmente de rumo: "- O que não tem remédio, remediado esta", e seguia os dias até que tudo se ajeitava, numa nova conformação...
O que ele lhe provocava era a descoberta que dentro de si existia um infinito que só ele conhecia. Só ele tinha a chave e quando essa porta se abria, sensações agradáveis percorriam-lhe todas as células de seu corpo, numa explosão de luz e calor. Havia reciprocidade! Desde o início, quando ele lhe propôs uma brincadeira..simplesmente ela aceitou, pois foi como se ele a conhecesse de há muito tempo, como se ele surgisse de dentro dela mesma. Os limites de seu corpo se estendiam só de pensar nele... E no entanto, nunca tinham estado juntos realmente. Mas agora ele lhe enviara um anel. E o inusitado é que o anel lhe serviu, como uma luva. Aaaah, o anel era real...