"Para ser tolerante é preciso fixar os limites do intolerável", frase do instigante e, para mim fascinante escritor Humberto Eco. Por outro lado, Voltaire, filósofo iluminista, raciocinou: "- Posso não concordar com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las". Essas máximas me vem à cabeça quando observo acontecimentos de explícita intolerância ao diferente, ao que não faz parte do status quo (estabelecido sabe Deus como).
Tenho a impressão que a atmosfera plúmbea dos anos 30 do século passado está a dar o ar fétido de sua graça: intolerâncias, xenofobias, racismos e mentiras espalhadas em redes. Características desse sistema discordante e avesso a ações despretensiosas, refratário em descobrir e espalhar misericórdias...Sem pieguices. Ignorante do fato daquilo que nos é fundante: diversidades. Caso contrário todas essas manifestações não estariam, mais uma vez, salientes e sequiosas em se exibir.
Em tempo: há que considerarmos o tempo, ou período em que cada um dos citados nessa brevíssima reflexão as conceberam e nos repassaram - Voltaire, lá do século 18, nos mostrou o quão árdua e importante foi a luta contra o absolutismo monárquico. Humberto Eco, nosso contemporâneo, nos brindou com essa pérola no livro "Migração e Intolerância", publicado por aqui em 2020.
Entre Humberto e Voltaire, pendo pro Eco, em defesa, sempre, da liberdade!