Esta semana recebi um livro, enviado pelo correio, da Editora Três. Quando abri, não fiquei muito animada, pois se tratava de um livro do padre Fábio de Melo e do educador Gabriel Chalita. Confesso: às vezes sou muito ateia, ou melhor, pagã. Tenho certa resistência às ideologias e práticas da igreja católica. Afinal, sou professora de história, faz parte de minha profissão (que exerço por prazer),estudar e pesquisar para manter-me atualizada. E até hoje, o que sei sobre a igreja e seus dogmas não me deixam cá muito animada sobre o que quer que venha dela ou de seus seguidores... Ao longo de sua história percebe-se muito preconceito, defesa intransigente do status quo, do poder, em detrimento de outras culturas e explicações sobre o que se considera divino. E olha que minha família, em sua maioria é católica, fui educada num colégio católico, o hoje adorável Colégio Nossa Senhora das Dores. Mas, todas as religiões acabam por impor regras e sou meio anarquista.
Entretanto, como o livro esta aqui, resolvi passar os olhos. Chama-se Cartas entre amigos, sobre medos contemporâneos. Tem a foto dois autores, liiindos, com uma expressão bonita no rosto. Abri o livro e comecei a ler a primeira carta, que é do Chalita. Encantei-me! Nunca tinha lido nada dele. Nesse texto, ele versa sobre a perda de entes queridos de uma forma tocante. Tem umas frases que parecem pérolas: “[...] A felicidade só deixa de ser utopia quando nos completamos com a inteligência e o afeto do outro. Não entendo a tristeza como ausência de felicidade. [...] A tristeza nos empresta respeito ao outro e percepção mais aguçada da dor.”
Assim como esse livro, outros escritos por religiosos trazem propostas que nos humanizam, por que nos mostram limites para a soberba. No entanto, apenas lê-los não garante nossa humildade. Muito mais que isso, nossa ação neste sentido é o que importa. Esse é o pulo do gato. Muitas pessoas leem e releem textos considerados sagrados e continuam mesquinhas no dia a dia.
Vou continuar lendo o livro dos dois e sei que terei gratas surpresas. Recomendo...
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