segunda-feira, 18 de julho de 2011

Recesso...

O que antes era "férias de julho", com direito a pausa nas escolas de 30 dias corridos, virou recesso de 10 dias úteis. E nem por isso nossos estudantes melhoraram o desempenho. Enfim, para os nobres legisladores, quantidade é mais importante que qualidade (para quem ainda duvida, é só verificar os contracheques dos mesmos).
Então, vamos aproveitar um pouco pra aumentar nosso nível de leitura, e aí verificaremos que o recesso é mesmo muito pouco...Enfim, deixemos de lado esse contratempo e vamos a algumas dicas...
Dia desses, quando estava de bobeira na rodoviária em BH, esperando ônibus pra SP, descobri, escondido numa prateleira de uma daquelas livrarias um título que me intrigou por demais: "Quando o passado acabar - Ensaio contemporâneo sobre Estados Arcaicos", de um tal Alexssandro Oliveira. Curiosa como sou, resolvi saltar no escuro (mais uma vez), comprei o livro e tive uma bela surpresa. O rapaz é um filósofo, e seu livro- publicado em 2001 - foi prefaciado pelo professor de Filosofia da PUC, Alfeu Trancoso. Olhem só uns pedacinhos desse caminho que nos é propiciado no referido prefácio:
De há muito sabemos que a tarefa reflexiva requer um esforço e uma dedicação sem conta. [...] Ao refletir sobre o cotidiano, Alexssandro nos coloca diante da evidência radical: somos mais que sabemos e somos apenas um ponto (de vista) na infinita possibilidade deles. Saber é apenas o Ser em sua expressão pontual. O diálogo, a humildade socrática (sei que nada sei) nasce dessa consciência de que não sou nem sei. Certo de que a resposta dessa consciência terá sempre o destino de criar perguntas, pois em filosofia é a interrogação que permanece."  E então, o que vem depois é bem gostoso. Leitura agradável e instigante.
Mas, como todo mundo, não consigo ficar com apenas um título, resolvi começar a ler o famoso "A arte da guerra", de Sun Tzu. Já na introdução: "Diz a lenda que um nobre da antiga China certa vez perguntou ao seu médico, membro de uma família de terapeutas, qual dos seus familiares era o mais hábil na arte da medicina.
O médico, de uma reputação tão difundida que seu nome era sinônimo da própria ciência médica na China, respondeu: "Meu irmão mais velho percebe o espírito da doença e o remove antes que possa assumir qualquer forma, e por isso seu nome não sai de casa.
"Meu segundo irmão mais velho cura a doença quando esta ainda é bem pequena, e por isso seu nome não passa da vizinhança.
"Quanto a mim, perfuro as veias, prescrevo poções e massageio a pele, e por isso, de tempos em tempos, meu nome cruza as fronteiras e chega aos ouvidos dos nobres."
Demais esses asiáticos, não? E dá-lhe reflexão...
Quando estudamos a história da arte, nos deparamos com a riqueza de detalhes das artes chinesas e japonesa. Impossível não se encantar e refletir sobre as experiências vivenciadas por esses povos ao longo de sua existência. O que podemos aprender com eles? Fora esses exemplares interessantes, muita música e conversas intermináveis, com amigos, parentes e na rede. Amo os recessos! 

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