
Uma tarde, sem muito o que fazer, deitou-se na rede, mirando o céu azul, tão profundamente azul, que lembrou dos olhos dele. Quando se olharam pela primeira vez ela viu o infinito naqueles olhos. Pensou:- Meu Deus, que trilhas são essas que se abrem tão dentro e fora e fundo? Desviou o olhar pois sabia onde aquilo iria dar... Mas agora, podia ver, mirando o céu, o quanto ele a desejou e era como se aquele infinito a acariciasse. Então não sabia distinguir se o calor que sentiu vinha de dentro ou se era o sol, que vagarosamente deslizava naquele céu que era o olhar dele... Uma brisa soprou levemente e ela lembrou de outros olhares infinitamente negros como a noite, intensamente castanhos como a terra, transparentes como a água límpida de rios e cachoeiras...Todos lhe mostrando novos caminhos a serem percorridos, tocados, sentidos. O brilho das primeiras estrelas da noite acenaram que estava na hora de ir comprar o pão. A urgência de sua fome a fez retornar à vida...
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